Marina,

"Vai dormir, olha a hora. E vê se escova esses dentes."

Tá. Essa eu já sei.

Tô indo.

Evito dormir.

Cansada, meus pensamentos não têm fôlego para chegar muito longe.

Panquecas

Você vai precisar:
1 e 1/4 xícara de chá de farinha
1 colher de sopa de açúcar
3 colheres de chá de fermento em pó
2 ovos
1 xícara de chá de leite
2 colheres de sopa de manteiga derretida
Manteiga para untar

Como fazer:
Em um recipiente, misture os ingredientes secos (farinha, açúcar e fermento). Em outro recipiente, bata levemente os ovos. Em seguida, misture os outros líquidos (leite e manteiga). Depois disso, acrescente os líquidos aos secos e misture, mas não muito, porque a massa não deve ser muito líquida.
Unte uma frigideira com manteiga e coloque um pouco de massa no centro. Quando as bordinhas estiverem com aspecto mais cozido, vire a panqueca. Assim que os dois lados estiverem douradinhos, tá pronta.

A cobertura fica ao gosto do freguês.

Sobre eles dois

Dizia gostar daquela cor de cabelo,
mas era daltônico.

Dizia gostar dela,
mas sequer havia aprendido o que era gostar.
Ou a se permitir ser gostado.

Cultivava um daltonismo que não se restringia a cores.
Havia também uma incapacidade congênita para distinguir o que sentia.

Sem disfarce

Então, deu de cara comigo. Estava sem rímel. Aliás, não passei rímel o final de semana inteiro.
Só podia desconfiar de que tinha algo errado.

Estava sem máscara nenhuma.
Não tentei fazê-lo não reparar nas olheiras. Ou disfarçar o meu cansaço.

Dessa vez,
Inclusive, não tentei disfarçar
Que o que estava errado, acontecia no meu coração.

Com licença?

Licença é uma palavra tímida
Para que, diante de estranhos, possa ser sussurrada
e esconda nossa própria timidez.